Camilo Castelo Branco nasceu em Lisboa a 13 de março de 1825 e faleceu em São Miguel de Seide a 1 de junho de 1890. Filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco, ficou órfão de mãe aos dois anos, e de pai aos dez; foi, então, viver para Vila Real, ficando à responsabilidade da sua tia paterna, Rita Emília.
Em 1839, pelo casamento da sua irmã Carolina, vai viver com ela, e o seu cunhado, para Vilarinho da Samardã, onde conhece o Padre António de Azevedo, que lhe “ensina doutrina cristã, latim, francês e língua portuguesa” (Enciclopédia Verbo Luso- Brasileira Nº 5, 1998, 950).
Camilo Castelo Branco casa bastante novo, com apenas dezasseis anos, com Joaquina Pereira da França, mas esta relação durou pouco tempo, abandonando-a para ficar com Patrícia Emília e, posteriormente, com Isabel Cândida Mourão.
Tal como a vida amorosa, também as suas escolhas profissionais eram voláteis: entre 1842 e 1845 esteve matriculado na Escola Médico- Cirurgica do Porto, mas em 1846 vai para Coimbra, onde se acredita que tenha tido intenções de estudar Direito, embora nunca tenha iniciado o curso.
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Em 1848 fixa-se na cidade do Porto, com intenções de se dedicar ao jornalismo, mas, em 1850, acaba por se matricular no seminário, abraçando a vida religiosa; no entanto, esta vocação acaba tão depressa quanto começou e Camilo “logo retoma a vida aventurosa de estroina «leão» romântico, dividida entre os cafés, os teatros, os salões da burguesia portuense e as redacções dos jornais” (ibidem), sendo neste contexto que conhece Ana Augusta Plácido, “a mulher fatal da sua vida” (ibidem), então casada com Manuel Pinheiro Alves. Ambos se apaixonam e fogem juntos para Lisboa, acabando por serem presos na Cadeia da Relação do Porto, pelo crime de adultério, acabando por serem absolvidos, indo viver para Lisboa até ao falecimento de Pinheiro Alves, após o qual vão viver para São Miguel de Seide.
Do casamento de Ana Plácido com Pinheiro Alves, resultou um filho – Manuel – a quem Camilo e Ana deram mais dois irmãos, fruto da sua relação: Jorge e Nuno. Durante vinte e cinco anos, Camilo faz da escrita o seu único meio de subsistência, sendo, em 1858, eleito para a Academia das Ciências, sob proposta de Alexandre Herculano.
A caminhar para uma cegueira cada vez mais profunda, e apagando-se cada vez mais a chama da paixão por Ana Plácido, Camilo desiste de viver, suicidando-se.
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