Aldeias Típicas
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Campelo e Ovil

Aldeia de Matos

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Morada
Matos - São João de Ovil - Baião
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Situada em São João de Ovil, a aldeia de Matos tem como particularidade, em que o caminho mais importante é sem dúvida o que vai para Campelo / Baião. Mais secundário o que vai para Outoreça e daí segue para Vilarelho ou Ovil. Igualmente importantes são os caminhos que seguem para os campos.

ELEMENTOS RELIGIOSOS: Na localidade existiam umas alminhas que de acordo com os testemunhos desta aldeia, foram levadas para Outoreça. Já em Outoreça queixam-se da autarquia ter removido as alminhas de Matos e de Outoreça, juntamente com dois relógios de sol desta última aldeia, para colocar num jardim em Campelo. Assim, nesta aldeia não existem quaisquer elementos religiosos.

MEIOS AUXILIARES DE PRODUÇÃO: Os espigueiros de Matos tinham dono. Eram dos proprietários maiores que a pedido ou mediante aluguer, por vezes cediam espaço (ou quarteirões, como aqui chamam) aos menos favorecidos. Para malhar usavam eiras ou até algumas casas que eram usadas como local de secagem e depósito. Em Matos existem vestígios de um cubo de moinho mas ninguém se lembra de aí ter existido algum, embora admitam que ele aí tivesse existido. Segundo as pessoas inquiridas, os vestígios devem ter desaparecido quando compuseram o caminho. No entanto, dada a posição do Cubo e do entalhe, o moinho deveria situa-se abaixo deste, junto ao “Caminho das Poldras”. Nas memórias das gentes desta aldeia, além da existência deste moinho nunca visto, sempre partilharam dos moinhos de Outoreça onde tinha horas e também eram consortes. Cada casa tinha o seu forno de pão e cozia a sua fornada. Não existiam oleiros. Quando precisavam de louça compravam na feira em Campelo. Havia quem tivesse cortiços. Chegaram a haver 3. Eram colocados na própria aldeia, num local abrigado para que as abelhas ficassem abrigadas. Não construíam muros em volta.

CASAS: Nesta zona convivem os dois tipos de estrutura. Algumas das casas tem loja ou corte em baixo, outras são compostas por um conjunto de pequenos edifícios, dependências anexas, em que um é a cozinha outro a sala de dormir. Apesar de tudo parecem preponderar as casas com loja no piso térreo. De acordo com os testemunhos, as casas de apenas um piso e sem loja eram as de gente mais pobre que não possuía gado e não tinha tanta necessidade de ter uma casa de dois pisos. Quando se pergunta em Matos se existiam grande proprietários ou Quintas com muitas terras, referem-se à Quinta dos Covais que possuíam muitas terras e à Quinta do Campo da Porta. No entanto, a localização destas não me foi revelada.

CAMPOS:  Fala-se em Quintas com muitas terras e as pessoas referem-se à Quinta dos Covais e à Quinta do Campo da Porta. De acordo com testemunhos os primeiros seriam mesmo grandes proprietários e teriam muitos caseiros, estes seriam gente pobre sem terra própria que vivia granjeando a terra de outros. No entanto, neste meio havia também gente remediada com campos e gado próprios e que cultivavam de acordo com as suas possibilidades. Milho, centeio, feijão, batata, trigo, linho, vinha. O trigo era apenas cultivado por um ou dois lavradores e a vinha também era um produto mais raro. Os campos são lameiros.

GADO: Vacas de trabalho, gado ovino e gado caprino. Por vezes alguns porcos que ficam guardados o tempo todo nas lojas. A estabulação faz-se na aldeia em cortes ou lojas que podem ser edifícios independentes ou o piso térreo das casas.

MONTE: O gado ovi-caprino era levado ao monte e cada qual levava o seu. As vacas iam apenas quando não eram necessárias para o trabalho.

SOCALCOS: Ninguém faz novos socalcos. Não há memória de se fazerem novos. Apenas se recuperam alguns mais abandonados ou reparam os que vão ficando degradados.

OUTRAS TERRAS E POSSES: Residiam durante todo o ano na aldeia e ninguém tinha terras ou casas fora da povoação.

RELAÇÕES POPULAÇÕES VIZINHAS: As relações sócio-culturais e familiares eram mais fortes com as povoações envolventes: Outoreça, Vilarelho, Campelo, Ovil, Loivos, Aldeia, Queimada, etc…

ÁGUA-NASCENTES: Existiam muitas nascentes. A maior parte vinha do alto da Serra mas também havia e ainda há algumas na aldeia. Atualmente são menos do que antigamente e chega a falhar água no Verão.

LEVADAS: A levada principal parece ser a que passa na zona do antigo moinho. Trata-se de duas linhas de água que aí se juntam no “Caminho das Poldras”. Segundo as pessoas questionadas a água segue para os campos pelos caminhos fora e algumas já estão encanadas. Foi possível verificar que assim é. No “Caminho das Poldras” a água segue pelo caminho fora e há zonas onde é possível verificar vestígios do seu encanamento ao mesmo tempo que se observam levadas já desativadas na borda do caminho. São as mesmas de antigamente mas muitas já estão encanadas. A água é conduzida para os campos da aldeia e depois para o rio, quando existe excedente.

REGA: A rega e o uso das poças e levadas eram organizadas segundo as regras de “consortes”. Cada qual tinha direito a um determinado tempo de rega: horas ou dias dependendo das heranças ou do tamanho dos campos. Alguns reservatórios eram em pedra e/ou terra mas, atualmente, foram arranjados; parecem tanques de cimento.

FEIRAS: iam quase exclusivamente à feira de Campelo (Baião).

OUTROS DADOS: Esta zona não segue algumas das tradições da Serra da Aboboreira ou do Marão. Aqui não se fazem Clamores. Existem algumas festas e romarias às quais a população atendia nos tempos antigos: a festa de S. Pedro em Outoreça; a festa de S. João em S. João; a festa de Santo António em Ervins; a festa de Santiago em Queimada.

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